miércoles, 3 de junio de 2015

004 08 TEXTO EM PORTUGUES


Edição de Texto e Produção Audiovisual por:
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O  EVANGELHO  SEGUNDO  O  ESPIRITISMO

                                                                                                       por Allan Kardec


                                                   CAPÍTULO  III



          - HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI...

          - Diferentes estados do Alma na erraticidad.
          - Diferentes Categorias de mundos habitados.
          - Destino da Terra., Causas das misérias humanas.
          - Instruções dos Espíritos:
            Mundos Superiores e mundos Inferiores.
          - Mundos de expiación e de provas.
          - Mundos regeneradores.
          - Progressão dos mundos.

          1. - Não se turbe vosso coração. Credes em Deus, creiam também em meu.  "Há muitas moradas na casa de meu pai".  Se assim não fora, eu vo-lo tivesse dito, porque eu me vou para preparar o lugar. E depois que me tenha ido, e tenha preparado o lugar, voltarei e levar-vos-ei comigo, para que onde eu esteja, também estejais vocês.

                                                                                      (San Juan, cap. XIV, v.. 1  2 e 3).



DIFERENTES ESTADOS DO ALMA NA ERRATICIDAD.

     2. - A casa do Pai é o Universo., as diferentes moradas são os mundos que giram no espaço infinito, e oferecem aos Espíritos encarnados estadias apropriadas a seu progresso. Independentemente da diversidade de mundos, estas palavras de Jesús podem também se entender como uma referência ao estado feliz ou desgraçado do Espírito na erraticidad. Segundo esteja mais ou menos purificado e desprendido dos laços materiais, o médio em que se encontra, o aspecto das coisas, as sensações que experimenta, as percepções que possui, variam até o infinito, enquanto uns não podem afastar da esfera em que viveram, os outros se elevam e percorrem o espaço e os mundos, enquanto certos Espíritos culpados vagam errantes nas trevas, os felizes gozam de uma clareza resplandeciente, e do sublime espectáculo do infinito, em fim, enquanto o mau atormentado pelos remordimientos e pesare-los, muitas vezes só, sem consolo e separado dos objectos de seu afecto, geme baixo o peso dos sofrimentos morais, o justo, reunido com os que ama, saborea as delícias de uma indescriptible felicidade, também ali há diferentes moradas, ainda que não estejam circunscritas nem localizadas.


     DIFERENTES CATEGORIAS DE MUNDOS HABITADOS.

     3. - Do ensino dado pelos Espíritos resulta que os diversos mundos estão em condições muito diferentes os uns dos outros, quanto ao grau de progresso ou de inferioridad de seus habitantes. Entre eles os há cujos moradores são ainda mais inferiores aos da Terra, física e moralmente, outros estão na mesma categoria e outros são mais ou menos superiores em todos os aspectos. Nos mundos inferiores, a existência é inteiramente material, as paixões imperan soberanamente, a vida moral é quase nula. À medida que esta se desenvolve, a influência da matéria diminui, de tal modo, que nos mundos mais adiantados, a vida é pelo dizer assim, absolutamente espiritual.

     4. - Nos mundos intermediários há uma mistura do bem e do mau, predominio de um ou outro, segundo o grau de progresso de quem habitam neles. Ainda que não possa se fazer uma classificação absoluta dos diversos mundos, é possível conforme a seu estado e a seu destino e em base a seus graus de progresso mais sobresalientes, dividirlos de modo geral como segue...

MUNDOS PRIMITIVOS: destinados às primeiras encarnaciones da Alma humana.

MUNDOS DE EXPIACIÓN E DE PROVAS:  onde o mau domina.

MUNDOS REGENERADORES: onde as Almas que ainda têm que expiar adquirem nova força, e descansam das fadigas da luta.

MUNDOS FELIZES:  onde o bem prevalece sobre o mau.

MUNDOS CELESTES Ou DIVINOS: morada dos Espíritos purificados em onde o bem reina sem mistura alguma. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiación e de provas, por isso nela o homem está exposto a tantas misérias.

     5. - Os Espíritos que encarnam num mundo não estão sujeitos a ele indefinidamente, nem também não cumprem nele todas as fases do progresso que devem percorrer para chegar à perfección. Quando têm atingido o grau de progresso que esse mundo lhes permite, passam a outro mais avançado, e assim sucessivamente, até que chegam ao estado de Espíritos Puros, estes mundos são outras tantas estações, na cada uma das quais encontram elementos de progresso proporcionados para seu progresso. Passar a um mundo de ordem mais elevada é para eles uma recompensa, bem como é um castigo o prolongar sua permanência num mundo azarado, ou ser relegados a um mundo mais infelíz ainda, que aquele que se vêem obrigados a deixar quando se obstinam no mau.



     DESTINO DA TERRA. 
     Causa das misérias humanas...

     6. - Assombramos-nos de encontrar na Terra tanta maldade e más paixões, tantas misérias e doenças de todas classes, e disto se pode determinar, que a espécie humana é uma triste coisa. Este julgamento prove do ponto de vista limitado em que nos colocamos e que nos dá uma falsa ideia do conjunto. É necessário considerar que na Terra não se vê a toda a humanidade, senão a uma pequena fracção dela. Efectivamente, a espécie humana compreende todos os seres dotados de razão que povoam os inumeráveis mundos do universo, por conseguinte, ¿ que é a população da Terra comparada com a população total desses mundos? Muito menos que a de uma aldeia em relação com a de um grande Império. A situação material e moral da humanidade terrestre nada tem de extraordinário se se toma em conta o destino da Terra, e a natureza de quem habitam nela.

     7. - Formar-nos-íamos uma ideia muito falsa dos habitantes de uma grande cidade se julgasse-se-lhes pela população dos bairros mais ínfimos e sórdidos. Num hospital, só se vêem doentes e lisiados, num presídio se vêem todos os vícios e todas as torpezas reunidas, nas comarcas insalubres a maior parte dos habitantes estão pálidos, débis e miseráveis. Agora bem, nos figuremos que a Terra é como um arrabal, um hospital, uma penitenciaría, um país malsano., já que é todo isso ao mesmo tempo, e compreender-se-á por que as aflições superam aos gozes, por que não se leva ao hospital às pessoas que têm boa saúde, nem às casas de correcção às que não têm feito dano, pois nem os hospitais nem as casas de correcção são lugares agradáveis.

     Pois bem, bem como numa cidade, não toda sua população está nos hospitais ou nos cárceres, também não toda a humanidade está na Terra, da mesma maneira, como se sai do hospital quando se está curado e da prisão quando se cumpriu a condenação, o homem deixa a Terra para passar a mundos mais felizes, quando está curado de suas doenças morais.


     INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS.
     Mundos inferiores e mundos superiores...

     8. - A classificação dos mundos em inferiores e superiores é mais bem relativa que absoluta, um mundo é inferior ou superior em relação àqueles  que estão acima ou abaixo dele na escala progressiva. Se tomamos a Terra como  ponto de comparação, podemos nos formar uma ideia do estado de um mundo inferior, mediante a suposição de que seus habitantes se encontram ali a nível de as raças selvagens ou das nações bárbaras que ainda permanecem na superfície terrestre, e que são restos do estado primitivo de nosso planeta.

     Nos mundos mais atrasados os seres que os habitam são em verdadeiro modo rudimentarios, têm a forma humana, mas sem nenhuma beleza, os instintos não estão temperados por nenhum sentimento de delicadeza ou de benevolência, nem pelas noções do justo e do injusto, a única lei é ali a força bruta. Sem indústria e sem invenções, os habitantes empregam sua vida na conquista de seu alimento. No entanto, Deus não abandona a nenhuma de suas criaturas, no fundo das trevas da inteligência jaz latente e mais ou menos desenvolvida a vadia intuición de um Ser Supremo.

     Este instinto basta para fazer que uns sejam superiores a outros, e preparar seu nascimento a uma vida mais completa, porque estes não são seres degradados, senão meninos que crescem. Entre estes graus inferiores e os mais elevados, há inumeráveis degraus, e entre os Espíritos puros, desmaterializados e resplandecientes de glória, custa reconhecer aos que animaram a esses seres primitivos, da mesma maneira que no homem adulto é difícil reconhecer ao menino.

     9. - Nos mundos que têm chegado a um grau superior, as condições da vida moral e material são muito diferentes, inclusive diferem das condições próprias da Terra. A forma do corpo é sempre  e como em todas partes, a forma humana mas embelezada, aperfeiçoada, e sobretudo, purificada. O corpo carece por completo da materialidad terrestre, e portanto não está sujeito às necessidades nem às doenças, ou à deterioração que deriva do predominio da matéria, os sentidos mais refinados têm percepções que na Terra embotan o grosseiro de nossos órgãos, a ligereza específica dos corpos faz que a locomoción seja rápida e não ofereça dificuldades: em vez de arrastar-se penosamente por o solo, deslizam-se, digamo-lo assim, sobre a superfície, ou permanecem suspendidos na atmosfera sem outro esforço que o da vontade, da mesma maneira que se representa aos anjos ou como os antigos imaginavam aos manes, dos Campos Elíseos, os homens conservam de bom grau as facções de suas existências passadas, e aparecem-se a seus amigos tal como estes os conheceram, mas alumiados por uma luz divina e transformados pelas impressiones interiores, que são sempre elevadas, em vez de semblantes tristes, demacrados pelos sofrimentos e as paixões, a inteligência e a vida irradian esse resplendor que os pintores têm traduzido por diadema ou aureola de os santos.

     A escassa resistência que oferece a matéria aos Espíritos já muito avançados, faz que o desenvolvimento dos corpos seja rápido e a infância curta ou quase nula, a vida isenta de preocupações e de angústias, é proporcionalmente bem mais prolongada que na Terra, em princípio a longevidade é proporcional ao grau de progresso dos mundos. A morte não tem nenhum dos horrores da descomposição, e longe de ser um motivo de espanto, é considerada como uma transformação feliz, porque nesses mundos não existe a dúvida sobre o porvenir. Durante a vida, como o Alma não se encontra encerrada numa matéria compacta, irradia e goza de uma lucidez que a coloca num estado quase permanente de emancipación, o que permite a livre transmissão do pensamento.

     10. - Nesses mundos felizes, as relações entre os povos, sempre amistosas, nunca são perturbadas pela ambição de esclavizar ao vizinho, nem pela guerra, que é a consequência daquela. Ali não há nem amos, nem escravos, nem privilegiados de nascimento, a superioridad moral e intelectual  é a única que estabelece a diferença de condições e confere a supremacía. A autoridade é sempre respeitada, porque só se concede ao mérito e porque sempre se exerce com justiça. O homem não tenta elevar sobre o homem, senão sobre se mesmo, se aperfeiçoando, seu objectivo é atingir a faixa dos Espíritos puros, e esse desejo incesante não é um tormento, senão uma nobre ambição que o faz estudar com ardor para chegar a se igualar a eles. Todos os sentimentos ternos e elevados da natureza humana se encontram ali aumentados e purificados, as fitas-cola mesquinhas e as baixas cobiças da inveja são desconhecidas, um laço de amor e fraternidad une a todos os homens, e os mais fortes ajudam aos mais débis. Possuem bens em maior ou menor quantidade segundo o que têm adquirido mediante sua inteligência, mas ninguém sofre por falta do necessário, porque ninguém está ali em processo de expiación, numa palavra, nesses mundos o mau não existe.

     11. - Em vosso mundo tendes necessidade do mau para sentir o bem, da noite para admirar a luz, da doença para apreciar a saúde, em mudança nos mundos felizes estes contrastes não são necessários, a eterna luz, a eterna beleza, a eterna serenidad do Alma proporcionam uma eterna alegria, que não é perturbada pelas angústias da vida material, nem pelo contacto com os maus, que ali não têm acesso. É isto  o que o espírito humano tem maior dificuldade em compreender, tem sido ingenioso para pintar os tormentos do inferno, mas nunca tem podido se imaginar os gozes do céu, ¿e por que?...  porque sendo inferior só tem sofrido penas e misérias e não tem podido entrever os esplendores celestes, só pode falar do que conhece, mas à medida que se eleva e purifica, seu horizonte se amplia, e compreende o bem que está adiante de si, como compreende o mau que tem deixado atrás.

     12. - No entanto, esses mundos afortunados não são mundos privilegiados, porque Deus não é parcial com nenhum de seus filhos, a todos confere os mesmos direitos, e as mesmas facilidades para chegar a eles, a todos os faz partir de um mesmo ponto, e não dota a uns mais que a outros, os primeiros postos são acessíveis a todos, a eles corresponde  os conquistar por médio do trabalho, a eles corresponde os atingir o mais cedo possível, ou padecer durante séculos e séculos no mais baixo da humanidade. 

                                                (Resumem do ensino de todos os Espíritos Superiores).



     MUNDOS DE EXPIACIONES E DE PROVAS. 

          13. -¿Que poderia dizer dos mundos de expiaciones, que vocês não saibais já, já que vos basta o considerar a Terra em que habitais? A superioridad da inteligência, presente a um grande número de seus habitantes, indica que a Terra não é um mundo primitivo, destinado a la encarnación de Espíritus recién salidos de las manos del Creador.

     Las cualidades innatas que llevan consigo son prueba de que han vivido ya, y de que han realizado cierto progreso, pero también los numerosos vicios a los que se inclinan, son indicio de una considerable imperfección moral, por esa razón Dios los ha colocado en un mundo ingrato, para expiar nele suas faltas por médio de um trabalho penoso e sofrendo as misérias da vida, até que sejam merecedores de ir a um mundo mais feliz.

     14. - No entanto, não todos os Espíritos encarnados na Terra têm sido enviados em processo de expiación. As raças que vocês chamais selvagens são Espíritos recém saídos da infância, e que estão nesse mundo, pelo dizer assim, em processo de educação, e se desenvolvem pelo contacto com Espíritos mais avançados. Depois vêm as raças semicivilizadas, formadas por esses mesmos Espíritos que estão em via de progresso, estas são, em verdadeiro modo, as raças indígenas da Terra, que se desenvolveram pouco a pouco após longos períodos seculares, e algumas das quais têm atingido a perfección intelectual dos povos mais ilustrados.

     Os Espíritos em processo de expiación são na Terra, se podemos expressá-lo assim, exóticos, têm vivido já em outros mundos, dos que têm sido excluídos em consequência de sua obstinação no mau, e porque eram uma causa de perturbação para os bons, têm sido relegados por um tempo entre os Espíritos mais atrasados, om a missão de fazê-los adiantar, porque levam consigo sua inteligência desenvolvida e o germen dos conhecimentos adquiridos, por esse motivo os Espíritos castigados se encontram entre as raças mais inteligentes, são também estas raças para quem as misérias da vida têm maior amargura, devido que há nelas mais sensibilidade são maiores as exigências e as provas, e também porque as contrariedades, e os desgostos lhes afectam mais que às raças primitivas, cujo sentido moral se encontra mais embotado.

     15. - A Terra apresenta, um dos tipos dos mundos expiatorios, cujas variedades são infinitas, mas que têm como carácter comum o  facto de servir de lugar de desterro aos Espíritos rebeldes à lei de Deus. Ali esses Espíritos têm que lutar, ao mesmo tempo, contra a perversidad dos homens e contra a inclemencia da natureza, duplo trabalho penoso que desenvolve ao mesmo tempo as qualidades do coração e as da inteligência. Desse modo Deus, em sua bondade, faz que o castigo redunde em proveito do progresso do Espírito.

                                                                                           (San Agustín. Paris, 1862.)
   
     MUNDOS REGENERADORES.  

     16. - Entre essas estrelas que resplandecen na abóbada azulada do firmamento, ¡quantos mundos terá, como o vosso destinados pelo Senhor à expiación e a prova!  Há também mundos mais miseráveis e melhores, bem como os há transitórios, que podemos chamar regeneradores. A cada torbellino planetario, ao deslocar no espaço ao redor de um centro comum, leva consigo seus mundos primitivos, de desterro, de prova, de regeneração e de felicidade. Tem-se falado desses mundos em onde é situada o Alma ao nascer, ignorante ainda do bem e do mau, mas com a possibilidade de marchar para Deus, dona de se mesma, e em posse de seu livre albedrío, se tem falado de cuán amplas faculdades tem sido dotada o Alma para fazer o bem, mas há também as que sucumbem, e não querendo Deus as aniquilar, permite-lhes ir a esses mundos nos que de encarnación em encarnación, se purificam e se regeneram, onde se farão dignas da glória que lhes está destinada.

     17. - Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiación e os mundos felizes, o Alma que se arrepende encontra neles a acalma e o repouso enquanto conclui sua purificação., sem dúvida nesses mundos o homem está ainda sujeito às leis que regem a matéria, a humanidade experimenta sensações e desejos como os vossos, mas está liberta das paixões desordenadas das que são escravos, ali não existe o orgulho que faz calar ao coração, a inveja que o tortura e o ódio que o afoga, a palavra amor está escrita em todas as frentes, uma perfeita equidade rege as relações sociais, todos reconhecem a Deus e tentam se dirigir a Ele, seguindo suas leis.

     Nesses mundos, não existe ainda a perfeita felicidade, mas é a aurora dela, o homem ainda é de carne, e pelo mesmo está sujeito a vicisitudes das que só estão isentos os seres completamente desmaterializados, ainda tem provas que sofrer, mas sem as punzantes amarguras da expiación.

     Comparados com a Terra, esses mundos são muito felizes, e muitos de vocês estariam contentes de ficar ali, porque são a acalma após a tempestade, a convalecencia após uma longa doença, mas o homem menos preocupado das coisas materiais, entrevê melhor que vocês o porvenir, aspirando as emanações de Deus, entre os perfumes de amor e caridade que brotam de seu seio.

     18. - Mas nesses mundos o homem ainda é falible, e o espírito do mau não tem perdido completamente seu domínio, não avançar equivale a retroceder,  e se não está firme no caminho do bem, pode voltar a cair nos mundos de expiación, em onde lhe esperam novas e mais terríveis provas.

     Contemplem pois, essa abóbada azulada pela noite, à hora do descanso e a oração, e nessas inumeráveis esferas que brilham sobre vossas cabeças, dirijam vossas súplicas a Deus e roguem com a oração que um mundo regenerado abra vocês seu seio após vossa expiación  na Terra.
                                                                                           (San Agustín. Paris, 1862.)


     PROGRESSÃO DOS MUNDOS.

     19. - O progresso é uma das leis da natureza, todos os seres da criação animados e inanimados estão submetidos à vontade de Deus, que deseja que todo cresça e prospere, a destruição inclusive, que parece aos homens o termo das coisas, só é uma forma de chegar por médio da transformação a um estado mais perfeito, porque todo morra para voltar a nascer, e nada conclui com o exterminio.

     Ao mesmo tempo que os seres vivos progridem moralmente, os mundos em que habitam progridem materialmente, quem pudesse seguir a um mundo em suas diversas fases, desde o instante em que se aglomeraron os primeiros átomos destinados ao constituir, o veria percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas de graus imperceptibles para a cada geração, e oferecer a seus habitantes uma morada mais agradável à medida que estes avançam no caminho da evolução. Desse modo marcham paralelamente, junto ao progresso do homem, o dos animais, que são seus auxiliares, o dos vegetais, e o da habitação e a convivência, porque nada permanece estacionário na natureza. ¡Cuán grande e digna da majestade do Criador é esta ideia! e ao invés, ¡cuán pequena e indigna de sua poder é aquela que concentra sua solicitação e sua providência no imperceptible grão  de areia que é a Terra, e restringe a humanidade aos escassos homens que a habitam!
     A Terra, conforme esta lei, tem estado material e moralmente em uma situação inferior à que tem hoje, e atingirá, baixo esta dupla relação, um grau mais avançado.

     Tem chegado a um de seus períodos de transformação, no que de mundo de expiación vai passar a um mundo regenerador, então os homens serão felizes na Terra, porque nela reinará a lei de Deus.

                                                                                          (San Agustín. Paris, 1862.) 




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