miércoles, 15 de abril de 2015

004 07 TEXTO EM PORTUGUES

Edição de Texto e Produção Audiovisual por: http://www.caminoespírita.blogspot.com                                          Chile - 2015


O  EVANGELHO  SEGUNDO  O  ESPIRITISMO
                                                                                               por Allan Kardec

CAPÍTULO   II

          - MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO...

          - A vida futura.
          - O reinado de Jesús.
          - O ponto de vista.
          - Instruções dos Espíritos: Um reinado terrenal.

          1. - Tendo entrado Pilatos no palácio, chamou a Jesús e disse-lhe: ¿É você o rei dos judeus? - Jesús respondeu-lhe: "Meu reino não é deste mundo". Se meu reino fora deste mundo, os meus tivessem combatido, para que não fosse eu entregado aos judeus., mas meu reino não é de aqui.

          Pilatos disse-lhe então: ¿você é rei?...  

         Jesús respondeu-lhe: Tu diz que eu sou rei. Eu para isto nasci, e para isto vim ao mundo, para dar depoimento à verdade, e todo aquele que é da verdade, escuta minha voz. 

                                                              (San Juan, cap. XVIII, v.. 33, 36 e 37).



           - A VIDA FUTURA.

          2. - Com estas palavras Jesús designa claramente a vida futura, que apresenta em todas as circunstâncias como o termo para onde se dirige a humanidade, e como aquilo que deve ser o objeto das principais preocupações do homem na Terra., todas as máximas de Jesús, se referem a este importante princípio. Efetivamente, sem a vida futura, a maior parte de seus preceitos de moral não teriam nenhuma razão de ser, por isso, os que não crêem na vida futura, e pensam que só fala da vida presente, não os compreendem ou os encontram pueriles.

          Este dogma pode ser considerado como a base do ensino de Cristo, por isso está colocado entre os primeiros, ao princípio desta obra porque deve ser o ponto de olha de todos os homens, Só ele pode justificar as anomalías da vida terrenal e as pôr em concordância com a justiça de Deus.

          3. - Os judeus tinham ideias muito incertas da vida futura, criam nos anjos, a quem consideravam como os seres privilegiados da criação, mas não sabiam que os homens pudessem um dia se converter em anjos e participar de sua felicidade. Segundo eles, a observância das leis de Deus era recompensada com os bens da terra, com a supremacía de sua nação e as vitórias atingidas sobre seus inimigos.

          As calamidades públicas e as derrotas, eram o castigo que recebiam por seu desobediencia. Moisés não podia dizer outra coisa a um povo de pastores ignorantes que devia ser comovido, antes de mais nada, pelas coisas deste mundo. Mais tarde veio Jesús a revelar-lhes que há outro mundo no que a justiça de Deus segue seu curso, esse é o mundo que promete aos que observam os mandamientos de Deus, e em onde os bons encontrarão seu recompensa, esse mundo é seu reino, ali é onde está em toda sua glória, e a onde regressou ao deixar a terra.

          No entanto, Jesús, ao conformar seu ensino ao estado em que se achavam os homens de sua época, não creu conveniente lhes dar uma luz completa, que os tivesse deslumbrado em vez dos ilustrar, porque não a tivessem compreendido, de verdadeiro modo se límitó a enunciar  a vida futura como um princípio, como uma lei da natureza, a qual ninguém pode eludir. Todos os cristãos crêem, necessariamente na vida futura, mas a ideia que muitos se formam dela é vadia, incompleta, e pelo mesmo, falsa em muitos aspectos, para uma importante quantidade de pessoas, só é uma crença que carece de certeza absoluta, daí procedem as dúvidas, e inclusive a incredulidad.
          O Espiritismo tem vindo a completar neste ponto, como em muitos outros, o ensino de Cristo, fazer quando os homens se mostraram o suficientemente maduros para compreender a verdade. Com o Espiritismo a vida futura já não é um simples artigo de fé, uma hipótese, senão uma realidade material demonstrada pelos fatos, porque são as testemunhas oculares os que vêm à descrever em todas suas fases e em todos seus detalhes, de tal modo que já não é possível a dúvida, porque até a inteligência mais elementar pode compreender a vida futura em seu verdadeiro aspecto, do mesmo modo que nos representamos um país a respeito do qual se lê uma descrição detalhada. Agora bem, esta descrição da vida futura é tão pormenorizada, e as condições de existência feliz ou azarada, dos que se encontram nela são tão racionais, que resulta forçado dizer que não pode ser de outro modo, e que constitui realmente a verdadeira justiça de Deus. 


          - O REINADO DE JESÚS.

         4. - Todos compreendem que o reinado de Jesús não é deste mundo, mas, ¿não tem também seu reinado na terra? O título de rei não implica sempre o exercício do poder temporário, outorga-lhe por consentimento unânime àquele que por seu gênio acede no primeiro lugar dentro de uma determinada ordem de ideias, que predomina em seu século e influi no progresso da humanidade. Em tal sentido diz-se: O rei ou o príncipe dos filósofos, dos artistas, dos poetas, dos escritores, etc... Este reino, nascido do mérito pessoal, consagrado pela posteridad, ¿não costuma ter  uma preponderancia muito maior que a que tem uma coroa? O um é imperecível, enquanto a outra é brinquedo das vicisitudes, o primeiro sempre é abençoado pelas gerações futuras, enquanto a outra é algumas vezes amaldiçoada. O reinado terrestre acaba com a vida, o reinado moral governa na vida, e sobretudo após a morte. Baixo este conceito, ¿não é Jesús bem mais poderoso que os potentados? Com razão, dizia a Pilatos: Sou rei, mas meu reino não é deste mundo.


          - O PONTO DE VISTA.

          5. - A ideia clara e precisa que nos formamos da vida futura, nos dá uma fé inalterable no porvenir; e esta fé tem imensas consequências sobre a moralización dos homens, já que muda por completo "o ponto de vista desde o qual eles contemplam a vida terrenal". a morte nada tem de atemorizante, já não é a porta para a nada, senão a porta da liberdade, que permite ao desterrado o rendimento a uma morada de felicidade e de paz. Sabendo que mora em um lugar transitório e não definitivo, toma as preocupações da vida com mais indiferença, a morte nada tem de atemorizante, já não é a porta para a nada, senão a porta da liberdade, que permite ao desterrado o rendimento a uma morada de felicidade e de paz. Sabendo que mora em um lugar transitório e não definitivo, toma as preocupações da vida com mais indiferença, y de esto resulta para él una calma de espíritu que alivia sus amarguras.  

          Por la simple duda acerca de la vida futura, el hombre concentra todos sus pensamientos en la vida terrenal, inseguro del porvenir, todo lo dedica al presente, como no entrevé bienes más preciosos que los de la Tierra, comporta-se como um menino, que nada vê para além de seus brinquedos, e o faz todo para tentar, a perda do menor de seus bens, lhe causa um amargo desgosto, um erro, uma esperança frustrada, uma ambição não satisfeita, uma injustiça da que é vítima, o orgulho ou a vaidade ferida, são outros tantos tormentos que fazem de sua vida uma angústia perpétua, "de maneira que condena-se voluntariamente a uma autentica e incesante tortura".    
                                                                                               
          Desde o ponto de vista da vida terrenal, em cujo centro se coloca, tudo a sua ao redor tomada vastas proporções, o mau que o atinge, bem como o bem que chega aos outros, tudo adquire para ele uma grande importância. Da mesma maneira que aquele que se encontra no interior de uma cidade, tudo lhe parece grande, tanto os homens que ocupam elevadas posições, como os monumentos... não obstante se subisse a uma montanha, os homens e as coisas lhe pareceriam pequenas, assim sucede ao homem que olha a vida terrenal desde o ponto de vista da vida futura. A humanidade, ao igual que as estrelas do firmamento, se perde na imensidão, então compreende que grandes e pequenos estão juntos como as formigas em um pedaço de terra, que proletarios e potentados são da mesma estatura, e se compadece dessas criaturas efêmeras que se tomam tantas moléstias para conquistar uma posição que lhes elevará tão pouco e que por tão pouco tempo conservarão. Por isso a importância que se dá aos bens terrestres, está sempre em razão inversa à fé na vida futura.

          6. - Se dirá que se todo mundo pensasse do mesmo modo, ninguém se ocuparia das coisas da Terra e tudo se paralisaria. Não, o homem procura instintivamente seu bem-estar, e ainda com a certeza de permanecer por pouco tempo em um lugar, quer estar o melhor possível., não existe ninguém que encontrando uma espinha na palma de sua mão, não deixe da tirar para não se fincar. Por conseguinte, a busca do bem-estar, obriga ao homem a melhorar todas as coisas, impulsionado pelo instinto do progresso e da conservação, que fazem parte das leis da natureza. O homem trabalha por necessidade, por gosto e por dever, e desse modo cumpre os desígnios da Providência, que com este fim o colocou na Terra.

          Somente aquele que considera o porvenir, não dá ao presente mais que uma importância relativa, e se consuela facilmente das contrariedades do presente pensando no destino que lhe espera. Deus não condena os goze terrenales, senão o abuso de tais goze em prejuízo das coisas do Alma, contra esse abuso estan prevenidos os que se aplicam a se mesmos estas palavras de Jesús: "Meu reino não é deste mundo".

          O que se identifica com a vida futura, se parece a um homem rico que perde uma pequena quantidade sem se preocupar por isso, em mudança o que concentra seus pensamentos na vida terrenal, é como um homem pobre que perde todo o que possui e se desespera.

          7. - O Espiritismo alarga o pensamento e abre novos horizontes, em lugar dessa visão estreita e mesquinha, que o concentra na vida presente, e que faz do instante que passamos na Terra o único e frágil fundamento do porvenir eterno, o Espiritismo ensina que esta vida só é um eslabão no conjunto armonioso e grandioso da obra do Criador, ensina a solidariedade que reúne todas as existências do mesmo ser, todos os seres de um mesmo mundo, bem como os seres de todos os mundos, dá também uma base e uma razão de ser à fraternidad universal, enquanto a doutrina da criação do Alma, no momento do nascimento da cada corpo, faz que todos os seres sejam estranhos uns a outros. Essa solidariedade entre as partes de um mesmo tudo, explica o que é inexplicable, se só se considera um sozinho aspecto.  No tempo de Cristo, os homens não tivessem podido compreender um conjunto semelhante, razão  pela qual reservou este conhecimento para outros tempos.


         -  INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS.

             Um reinado terrenal...

          8. - ¿Quem melhor que eu pode compreender a verdade destas palavras de Nosso Senhor: "Meu reino não é deste mundo"?. O orgulho perdeu-me na Terra. ¿Quem compreenderia a insignificancia dos reinos do mundo, se eu não a compreendi? ¿Que me trouxe de meu reinado terrenal? Nada, absolutamente nada, e para que a lição fosse mais terrível, ¡ninguém me acompanhou até a tumba!. Rainha era eu entre os homens, e rainha cri entrar no reino dos céus, ¡Que desilusión! ¡Que humillación, quando em vez de ser recebida como soberana, vi sobre mim, e bem mais acima, homens a quem cria insignificantes, e que desprezava porque não eram de sangue nobre! ¡Oh! ¡Então compreendi a esterilidad das honras e das grandezas que com tanta avidez, se procuram na Terra!.
          Para conquistar um lugar neste reino, são necessárias a abnegación, a humildad, a caridade em toda sua celeste prática, e a benevolência para todos, ninguém pergunta vocês o que têm sido, que faixa têm ocupado, senão o bem que têm feito, as lágrimas que têm enjugado. ¡Oh! Jesús, você o disse, seu reino não é deste mundo, porque é preciso sofrer para chegar ao céu, e as arquibancadas do trono não se aproximam a ele: são os caminhos mais espinosos da vida os que conduzem ali, procurem, pois, o caminho através das zarzas e das espinhas e não entre flores. Os homens correm depois dos bens terrenales como se devessem os conservar para sempre, mas aqui não há ilusão, cedo percebem que só se asieron a uma sombra e desprezaram os únicos bens autênticos e duradouros, os únicos que lhes servem na morada celestial, os únicos que podem lhes abrir a entrada. Tenham piedade daqueles que não ganharam o reino dos céus, ajudem com vossas orações, porque estas aproximam ao homem ao Altísimo, esta é a palavra de união entre o céu e a terra... não o esqueçam.

                                                     (Uma rainha do França. O Havre, 1863.)


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